Ele falara-me, porém eu não respondera. Estava tão absorta a contemplar a sua beleza, apercebendo-me que ele era cada vez mais bonito à medida que o tempo passava. A sua voz ecoava na minha cabeça como uma célebre cena mítica de hipnotismo. E o cheiro que ele emanava seduzia-me de imediato.
Ele era o típico homem prefeito! O homem dos sonhos de qualquer jovem. Bonito. Sedutor. Atraente. Cativante. Inteligente.
Não fazia promessas. Talvez porque uma vez ousamos falar que tais eram palavras pelo vento. Ele sabia que o tempo voava e aproveitava tudo quanto podia ao máximo. E tinha a prefeita noção que o meu ontem tinha sido o melhor dia da minha vida e, como tal, tencionava repetir.
Ele era o simbólico parte corações e eu estava ciente disso. Sabia com o que podia contar. Esperava tudo dele; estava preparada para qualquer acto ruim vindo da sua parte. Contudo, não doía e isso não me provocava a tal sensação de tristeza profunda, porque eu não o amava incondicionalmente. E lá vinha aquela impressão de não pertencer a lugar algum ou de não ter um lugar para onde voltar.
Pensava que nada me poderia fazer recordá-lo! Porém fora uma hipótese inútil, em vão. Porque uma música, uma palavra uma hora do dia, um gesto ou um lugar remontam-nos para o nosso passado mais saliente; tal como ele. E se eu antes não tinha nada que me fizesse pensar nele, hoje tenho!
E o que mais me faz odiá-lo é o facto de perder tanto tempo a pensar nele.
2011-09-18
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